quinta-feira, 24 de julho de 2008

“Florbela espanca a gente”

Esse título foi uma frase de um amigo que descreveu muito sabiamente as obras da poetisa portuguesa Florbela Espanca. Por trás de seus versos sempre taciturnos e melancólicos, a maioria expressando sofrimento e dor, amor não correspondido e solidão, paixões avassaladoras e etc, há uma biografia triste de uma mulher transgressora e digamos até revolucionária para os padrões da época.
Para quem nunca ouviu falar dela, vou fazer uma alusão chula, (perdôo-me os fãs), diante da grandeza de Florbela. Basta recordar os versos da música Fanatismo na voz do cantor e compositor cearense Fagner.

“Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !

Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !

E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."

Não que odeie Fagner. Não é isso. Mas é que amo Florbela. E o sotaque dele definitivamente não combina com seus versos. Ainda mais alguém que gravou “Quem dera ser um peixe”. È inconcebível!

No próximo post continuo "espancando" vcs com sua biografia e outros versos....Aguardem!