Esse título foi uma frase de um amigo que descreveu muito sabiamente as obras da poetisa portuguesa Florbela Espanca. Por trás de seus versos sempre taciturnos e melancólicos, a maioria expressando sofrimento e dor, amor não correspondido e solidão, paixões avassaladoras e etc, há uma biografia triste de uma mulher transgressora e digamos até revolucionária para os padrões da época.
Para quem nunca ouviu falar dela, vou fazer uma alusão chula, (perdôo-me os fãs), diante da grandeza de Florbela. Basta recordar os versos da música Fanatismo na voz do cantor e compositor cearense Fagner.
“Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver !
Não és sequer a razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida !
Não vejo nada assim enlouquecida ...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida !
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa ..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim !
E, olhos postos em ti, digo de rastros :
"Ah ! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus : Princípio e Fim ! ..."
Não que odeie Fagner. Não é isso. Mas é que amo Florbela. E o sotaque dele definitivamente não combina com seus versos. Ainda mais alguém que gravou “Quem dera ser um peixe”. È inconcebível!
No próximo post continuo "espancando" vcs com sua biografia e outros versos....Aguardem!
quinta-feira, 24 de julho de 2008
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3 comentários:
Espanca Lena!
O que é bonito, é boniro com qualquer sotaque, tudo o mais é preconceito, lamento!
Helder Paraná Do Coutto.
O Olho do Ogre.
Revisitando seu artigo, já não tão indignado, o que me fez à época, errar na datilografia até, confirmando o que afirmei,acrescento uma nota mais dura à qual quiz fugir então, para não indispo-la,mas é incontornável e o termo designativo é preconceito. Desculpe Lena, creio serr seu nome, como pode censurar alguém por compor uma maravilha como Borbulhas de amor???
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