terça-feira, 10 de junho de 2008

Mulheres Hortifrutigranjeiros

Mulher samambaia, mulher melancia, maracujá, uva, melão.... Ultimamente muito se tem ouvido falar dessas mulheres vegetais, leguminosas e frutíferas. Não resisti em indagar o que leva uma mulher se auto-intitular “melancia”, ou coisas do gênero. Muitos de vocês devem estar pensando.... “Pura inveja sua !!!!” . Reconheço que todas elas possuem corpos esculturais, fruto de muita malhação, dieta, cirurgias, próteses e todas as parafernálias existentes para se alcançar o tão desejada corpo perfeito imposto pela mídia. Ossos do ofício de quem vive de expor seu corpo, é modelo, atriz, trabalha na TV. Mas comparar suas próprias nádegas à frutas.... Já é apelação demais para meu gosto, e desgosto! Desgosto, sim! É inadmissível que a mulher minimize suas qualidades à sua “bunda”. Já não basta termos sido chamadas de potrancas, cachorras e levar inúmeros tapinhas “que não doem”?

Enquanto houver mulheres que aceitam por dinheiro, por fama, e até por carência prestar esse tipo de papel lastimável, haverá opressão, preconceito e abuso. Não é à toa que o país que vivemos é visto lá fora como o “filão” da prostituição. Será que ninguém entende que associar as mulheres à exclusivamente isso, não contribui para aumentar o machismo e o desrespeito?

Proponho reverter essa associação. Já pensou que bom seria, se fôssemos associadas não só ao erotismo e ao sexo, mas sermos associadas à cultura, ao social, à caridade? Que tal “Mulher Literatura”, “Mulher Direitos Humanos”, “Mulher Bem estar social”? Nenhuma delas desprovidas de vaidade, charme e beleza, é lógico. Porém representando algo mais do que, bundas e peitos enormes e siliconados. Com certeza não venderia tanto quanto a mulher melancia na Playboy. Mas por outro lado seríamos vistas não apenas como uma peça de carne pronta para ser abatida, mas como seres humanos, passíveis de outras vivências e outras competências além dos cliques do J.R Duran, que diga-se de passagem, manda muito bem.

Adélia Prado, Frida, Zélia Gattai, Marisa Monte, Maria Betânia entre outras inúmeras mulheres são exemplos, que graças a deus não precisaram de expor o corpo para ter destaque. Sua arte, sua literatura, sua vida, basta para se tornarem inesquecíveis, desejáveis e incrivelmente belas.

Um comentário:

Edward Félix disse...

BOAAAAA!!! (http://ideiasordinarias.zip.net)

também acho que dessa horta nao sai mais do que baboseiras! Terrivel isso nao?! São os valores minha querida... cada vez mais distorcidos.. ou melhor, escassos. Ninguem sabe, por exemplo, que a mulher, a fêmea de nossos antepassados primatas foram as maiores responsáveis por sabermos ler e escrever hoje. Os machos saiam para caçar e elas ficavam nas cavernas. Eles voltavam e contavam para elas os seus feitos, que eram transmitidos (por elas) para as paredes das cavernas em forma de desenho. Portanto, se nao fosse a sensibilidade ancestral feminina nao existiriam livros nem mesmo a internet, viveríamos sob o domínio da fala, que acredito, seria uma coisa tão animalesca como os de nossos ancestrais primatas, se nao fosse a nobre invenção da escrita.

parabéns... muito coerente suas ideias (nem sempre ordinárias) rsrs